Tipos de Inovação: Desvendando os Horizontes e seus Impactos
- maio 29, 2025
- Diego Gualtieri
- 8:36 pm
A inovação é, sem dúvida, o motor que impulsiona o crescimento das organizações e a evolução da sociedade como um todo. Seja incremental, arquitetural ou radical, cada tipo de inovação desempenha um papel único no ecossistema empresarial. Esse artigo tem como base principalmente o modelo dos Três Horizontes de Inovação de McKinsey (2008), que nos ajudam a entender as nuances desses diferentes tipos de inovação e seus impactos ao longo do tempo.
Os Três Horizontes de Inovação: Conceito e Importância
O modelo dos Três Horizontes de Inovação foi desenvolvido pela consultoria McKinsey para ajudar as empresas a visualizar, planejar e equilibrar seus esforços de inovação. De acordo com Baghai et al. (2000), esse modelo reconhece que a inovação não é homogênea; ela varia em termos de risco, prazo de retorno e potencial de ganho.
✅ Horizonte 1: Inovação Incremental
✅ Horizonte 2: Inovação Arquitetural
✅ Horizonte 3: Inovação Radical ou Disruptiva
Horizonte 1: Inovação Incremental
O Horizonte 1 concentra-se em melhorar produtos e processos já existentes. É a forma mais comum de inovação, pois visa otimizar o que já funciona bem, aumentando a eficiência, a qualidade e a competitividade. Segundo Harvard Business Review (2018), a inovação incremental é caracterizada por baixo risco e retorno de curto prazo.
Exemplo prático:
Uma empresa de software que lança uma nova versão de seu aplicativo, com melhorias de performance e pequenas atualizações visuais, está atuando no Horizonte 1.
Conforme dados do modelo McKinsey, a inovação incremental:
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Tem risco baixo;
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Potencial de ganho médio;
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Retorno em curto prazo.
Essa inovação é essencial para manter a competitividade e a relevância da empresa no mercado (Baghai et al., 2000).
Horizonte 2: Inovação Arquitetural
O Horizonte 2 visa construir as bases para novos negócios. Aqui, a inovação se volta para a criação de extensões de linha de produtos, adaptações para novos segmentos de clientes ou expansão para mercados adjacentes. Essa fase exige uma dose maior de risco e recursos, mas também oferece potencial de retorno mais alto.
Exemplo prático:
Uma empresa de alimentos que, além de suas linhas tradicionais, começa a desenvolver produtos veganos para atender a um novo nicho de mercado.
Segundo as imagens compartilhadas, o Horizonte 2:
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Tem risco médio;
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Potencial de ganho alto;
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Retorno no médio prazo.
Essa fase impulsiona o crescimento além do core business e prepara a empresa para futuros desafios (McKinsey, 2008).
Horizonte 3: Inovação Radical ou Disruptiva
Por fim, o Horizonte 3 é o espaço onde ocorrem as inovações mais transformadoras, capazes de criar novos mercados ou reinventar modelos de negócios inteiros. São inovações radicais ou disruptivas, como destacam Christensen (1997) e as imagens compartilhadas. Essas iniciativas têm alto risco, mas também um potencial exponencial de ganho.
Exemplo prático:
A criação de serviços de streaming, como Netflix ou Spotify, que reinventaram completamente a forma como consumimos entretenimento.
De acordo com o material, o Horizonte 3:
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Tem risco alto;
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Potencial de ganho exponencial;
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Retorno em longo prazo.
Essa dimensão exige coragem e visão estratégica para navegar em incertezas e capturar valor futuro.
Gráficos e Modelos de Inovação: O Caminho do Valor
As imagens destacam também o equilíbrio entre inovação incremental e radical. Esse equilíbrio, conhecido como ambidestria organizacional, permite que as empresas maximizem seu potencial de crescimento enquanto mantêm a estabilidade do negócio principal (O’Reilly e Tushman, 2013).
Ambidestria organizacional:
Equilibrar as inovações incrementais (pequenos saltos constantes) com as radicais (grandes saltos ocasionais) é essencial para sustentar a competitividade no longo prazo.
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Garantam melhorias contínuas;
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Mantenham a capacidade de adaptação a mudanças disruptivas;
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Minimizem o risco de obsolescência tecnológica.
Reflexão: O Desafio de Gerenciar os Três Horizontes
Segundo McKinsey (2008), o maior desafio não é inovar em apenas um horizonte, mas gerenciar os três simultaneamente. Essa gestão exige:
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Estratégias de curto prazo para manter a saúde do negócio atual;
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Investimentos no médio prazo para criar novos fluxos de receita;
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Aposta em inovações radicais que podem redefinir o mercado.
Insights adicionais:
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Horizonte 1: foco nos mantenedores do negócio (ROI e métricas claras);
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Horizonte 2: foco nos construtores do negócio (NPV e capacidades em desenvolvimento);
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Horizonte 3: foco nos campeões e visionários (valor de mercado e incertezas estratégicas).

Aqui está o gráfico comparativo que representa os três horizontes de inovação: Horizonte 1, Horizonte 2 e Horizonte 3. O gráfico mostra:
✅ Potencial de Ganho – representado pelas barras amarelas, aumentando progressivamente.
✅ Nível de Risco – linha vermelha com círculos, aumentando gradualmente.
✅ Prazo de Retorno – linha verde com quadrados, também aumentando com cada horizonte.
Conclusões e Recomendações
Os três horizontes de inovação não são apenas conceitos teóricos, mas um guia prático para que empresas se tornem mais resilientes e preparadas para o futuro. Como destaca McKinsey (2008) e reforçam as imagens compartilhadas, inovar não é um evento isolado, mas um processo contínuo, que equilibra a exploração de oportunidades incrementais e disruptivas.
Recomendações-chave para gestores e inovadores:
1. Invista continuamente em melhorias incrementais (Horizonte 1), mantendo-se competitivo.
2. Explore mercados adjacentes e novos segmentos para fortalecer a base futura (Horizonte 2).
3. Cultive uma cultura de experimentação e tolerância ao risco para explorar inovações radicais (Horizonte 3).
4. Adote abordagens de ambidestria organizacional para equilibrar as demandas de curto e longo prazo.
5. Mantenha o foco em métricas claras (ROI, NPV, valor de mercado) e ajuste as capacidades organizacionais conforme o estágio da inovação.
Referências (ABNT)
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BAGHAI, M.; COLEY, S.; WHITE, D. The Alchemy of Growth: Practical Insights for Building the Enduring Enterprise. Perseus Books, 2000.
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CHRISTENSEN, C. The Innovator’s Dilemma: When New Technologies Cause Great Firms to Fail. Harvard Business Review Press, 1997.
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HARVARD BUSINESS REVIEW. Horizontes de Inovação. Harvard Business Review Brasil, 2018.
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MCKINSEY & COMPANY. Enduring Ideas: The Three Horizons of Growth. McKinsey Quarterly, 2008. Disponível em: https://www.mckinsey.com/business-functions/strategy-and-corporate-finance/our-insights/enduring-ideas-the-three-horizons-of-growth
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O’REILLY, C. A.; TUSHMAN, M. L. Organizational Ambidexterity: Past, Present and Future. Academy of Management Perspectives, v. 27, n. 4, p. 324-338, 2013.
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